1ª Geração
A primeira geração do Romantismo em Portugal apresente influencias Neoclássicas, e certas preocupações com questões históricas e politicas. Como toda nova tendencia, não implantou-se completamente nos primeiros momentos, a vitória das ideias românticas não foi pronta, nem unânime. Só depois que se resolveu o problemas de sucessão de D. João VI, é que veio dominar efetivamente.
Neste período representavam-se indivíduos educados segundo moldes clássicos e absolutistas. Estes, por sua vez com tal força, que os primeiros românticos aderem o novo credo. É o caso de Garrett e Herculano, contribuíram cada qual com seu modo, formados na tradição neoclássica, suas produções voltadas para o subjetivismo, medievalismo, nacionalismo e idealização da mulher. Ideias baseadas na pureza que influenciaram para a consolidação do liberalismo no País. Românticos em espirito ideal, de ação politica e literária, mas ainda clássicos em muitos aspectos, e em obrar que alegaram.
Com Garrett e Herculano temos o primeiro momento do Romantismo instalado a parti de 1825.
Se Garrett é conhecido com pioneiro na constituição do Romantismo em Portugal, e que recebe ainda na juventude uma formação marcada pelas luzes, e no domínio estético literário, pelo neoclassicismo repassado pelas vozes pré românticas. Herculano cerca de dez anos mais novo, nasce para cultura e escrita já dentro do Romantismo, é , sem dúvida, quem representa de modo mais pleno o projeto da nossa primeira geração Romântica. Em seu universo podemos aprender a coerência, sendo ele um ideológico, politico, historiador e critico poeta tão desnegando com a vida positiva, mas também tão empenhado num combate para um mundo melhor.
Baseado nesses grandes autores, temos o desenvolvimento da primeira geração Romântica.
Agora, conheceremos melhor vida e obra de cada um.
Considerado o pai do Romantismo pelo sentimentalismo e ideais liberais, João Batista da Silva de Leitão Almeida, apelidado pela avó Irlandesa de Garrett, nasceu em 4 de fevereiro de 1977 em Porto, cidade de Portugal, filho de família burguesa, aos dez anos parte com a família para a cidade de Açores, onde teve o primeiro contato com a vida literária. Em 1816 foi estudar Direito na Universidade de Coimbra, onde inicia contato com as ideias liberais.
É nomeado secretário do Estado de negócios do reino, torna-se membro importante da sociedade literária Patriarca. Por volta de 1821 lhe é movido um processo com o poema "Retrato de Venûs", julgado atentado da fé cristã, ateu e imoral, sair vitorioso do julgamento com defesa própria.
Com tipo perfeito de Dândi, considerado príncipe de salões mundanos, em 1822 casa-se com Luisa Candida Midos, jovem de 14 anos, casamento infeliz, separados em 1836, supostamente por adultério dela. Passou a viver com Adelaide Deville Pastos, de 17 anos, até a morte deste em 1841, que lhe deixou sua filha Maria Adelaide.
Participou da revolução liberal em 1820, após isso, exilou-se na Inglaterra, onde tomou contato com o movimento romântico, descobrindo Shakespeare, walter Scott. Em 1824 pode partir para França, nessa viagem escreveu sua obra "Camões", considerado marco introdutório do Romantismo em Portugal, publicado em 1825, marcado com trações de tradução clássica, formalismo e vocabulário culto, é baseado na vida real do poeta Camões, suas aventuras e sofrimentos. No prefácio dessa obra Garrett afirma; "Declaro desde já, não olhei as regras, nem os princípios, não consultei Horácio nem Aristóteles, mas fui insensivelmente de pós coração, não sou clássico nem romântico, me deixo ir por onde me levam minhas ideias boas ou más".Dona Branca, publicada em 1826, não tão conhecida como a anterior, mas não menos importante. Em 1826 regressava a sua pátria, dedica-se ao jornalismo, fundando o jornal diário "O Portuguez", e o seminário Cronista 1827. Neste mesmo ano foi preso por 3 meses, por forças de direita, acusado de defender ideias liberais perante regime absolutista.
Liberado, volta para o exílio na Inglaterra. Em 1834 foi nomeado escritor, Garrett se mostra um grande e instruído defensor. Em 1837, proclama na câmera constituinte, em discurso lançado, defende a igualdade "Que nivelada a posição de todos os membros da sociedade, desaparecessem as classes, e os homens ficassem todos, um diante do homem, assim como são diante de Deus!" (História da língua Portuguesa p.86) No mesmo vem os jornais dos teatros e é chamado para colaborar com a arte dramática, escreve crônicas, contribui com suas criações o auto de "Gil Vicente" 1833, a folhagem de Santarém 1841, Frei Luiz de Souza 1843. É o primeiro inspetor geral dos teatros, ajudou com conselhos a formar atores e autores.
Por decreto do Rei D. Pedro V de Portugal, em 25 de Junho de 1851 Garrett é feito Visconde. Falece em 9 de Dezembro de 1854, vítima de cancro de origem Hepática.
Amante de prazeres mundanos, valente apaixonado, orgulha-se de ser um homem vivido, verdadeiro homem do mundo, que tem vivido nas cortes, com os príncipes no campo, com os homens de guerra, no gabinete com os diplomatas e nos salões com as mulheres. Foi um inconcebível escritor e dramaturgo romântico, foi um homem do seu tempo, ativo, ávido pelo progresso e pela renovação social e cultural de seu país.
Suas primeiras edições ou representações: (1819) Lucrécia; (1820) Mérope (não chegou a ser representada); (1821) O Retrato de Vénus; Catão (representado em 29 de setembro, no Teatro do Bairro Alto, a S. Roque); (1822) O Toucador; (1825) Camões; (1826) Dona Branca; (1828) Adozinda; (1830) Portugal na Balança da Europa; (1833) Um Auto de Gil Vicente; (1841) O Alfageme de Santarém; (1843) Romanceiro e Cancioneiro Geral; (1845) O Arco de Sant'Ana; Flores sem fruto; (1846) Viagens na minha terra; D. Filipa de Vilhena; (1848) As profecias do Banderra; (1849) A sobrinha do Marquês; (1850) Romanceiro e Cancioneiro Geral; (1853) Folhas Caídas; (1871) Discursos Parlamentares; (1827) O cronista; (1830) Memórias de uma África sofrida.
Considerado como segunda vaga do nosso Romantismo, a Herculano devemos os muitos ângulos que pensamos, a História é cultura de Portugal.
Poeta historiador, jornalista e romancista português, Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo nasceu em Lisboa no ano de 1810. De família modesta, impedido de fazer curso universitário devido a cegueira do Pai, mas frequentou em Lisboa dois cursos de médio caráter político, entre eles o curso de Diplomática. Aprendeu Francês, Inglês, Alemão e Italiano, e, por volta de seus 18 anos manifestou sua vocação literária.
Em 1831 teria revelado alguma simpatia pelo miguelismo, envolveu-se numa conspiração contra D. Miguel e foi obrigado a exilar-se, primeiro na Inglaterra, depois na França. Em 1836 inicia sua carreira de prestígio intelectual com a publicação de "A Voz do Profeta", que vai desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III. Nesse mesmo ano, na revista Universal Lisbonense, levanta polêmica com a obra "Histórias de Portugal", com a batalha de Ourique, acaba provocando enérgica reação do clero, por não considerarem como verdade. Logo por ele revisada em Opúsculo "Eu e o Clero"(1850). Nos anos seguintes inicia publicação de suas obras de ficção. O bobo, O monge de Cister. Fase mais intensa de sua atividade literária. Junto com Garrett foi o intelectual atual dos programas de reformas da vida portuguesa.
Em 1839 foi nomeado a convite do Rei D. Fernando a dirigir a real biblioteca da ajuda. Em 1840 foi eleito pelo círculo do Porto como deputado do partido conservador, mas seu temperamento não se adaptou as atividades políticas, o levando a desistir do cargo. Em 1842 retornou ao papel de redator principal e publicou "Eurico o presbítero", obra de maior do romance histórico em Portugal no século XIX. Encontra-se também colaboração de sua autoria, no jornal da sociedade dos amigos das letras.
Participou do primeiro código civil português em 1860, tendo defendido o casamento civil no lugar do religioso, que lhe causou novas polêmicas com o Clero. Em 1866, casou-se com Maria Hermínia Meira e se retirou para sua quinta do vale-de-lobos, próximo a Santarém, onde se dedicou a vida literária. Sem descendências, veio a falecer em 13 de setembro de 1877, vítima de pneumonia.
Herculano pensava que uma revolução política e social deveria refletir na literatura. Em sua ficção prevalecem um caráter histórico de enredos voltados para a idade média, focando as origens de Portugal, como a nação e temas religiosos. Nas obras não ficcionais renovou a historiografia introduzindo o conflito das classes para explicar a dinâmica da história. Em sua essência Herculano era um demasiado historiador, nos entregou a uma visão poética do mundo dos homens.
Segue abaixo suas obras:
A Harpa do Crente (1838)-(1850); O Pároco de Aldeia (1825)-(1851); O Bobo (1828); Eurico, o Presbítero 91842); Época Visigótica (1844); O Monge de Cister (1848); Lendas e Narrativas (1851); O Alcaide de Santarém (950-961); Arras por Foro Espanha (1371); O Castelo de Faria (1373); A Abóbada (1401); Destruição de Áuria: Lendas Espanholas (século VIII); A Dama Pé de Cabra: Romance de um Jogral (século XI) O Bispo Negro (1130); A Morte do Libador (1170); O Emprazado: Crônica de Espanha (1312); O Mestre Assassinado: Crônicas dos Templários (1320); Três meses em Calecut: Primeira Crônica dos Estados da Índia (1498); História de Portugal: 1° época, desde a origem da monarquia até D. Afonso III-(1846)-(1853) História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal (1854)-(1859); Opúsculos I: Questões Públicas, A Voz do Profeta (1836); Teatro, Moral, Censura (1841); Os Egressos (1842); Da Instituição das Caixas Econômicas (1844); As Freiras de Lorvão (1853); Do Estado dos Arquivos Eclesiáticos do Reino (1857); A Supressão das Conferências do Casino (1871); Opúsculos II: Questões Públicas, II Monumentos Pátrios (1838); Da Propriedade Literária (1851); Carta á Academia das Ciência (1856); Mousinho da Silveira (1856); Carta aos Eleitores do Círculo de Cintra (1858); Manifesto da Associação Popular Promotora da Educação do Sexo Feminino (1858); Opúsculos III: Controvérsias e Estudos Históricos, A Batalha de Ourique:I. Eu e o Clero (1850); Considerações Pacíficas (1850); III. Solemnia Verba (1850); IV. Solemnia Verba (1850); V. A Ciência Arábico-Académica (1851); Do estado das classes servas na Península, desde o VIII até o XII século (1858); Opúsculos IV: Questões Públicas, Os Vínculos (1856); A Emigração (1870-1875); Opúsculos V: Controvérsias e Estudos Históricos, Historiadores portugueses (1839-1840); : Fernão Lopes Gomes Eanes de Azurama Vasco Fernandes de Lucema- Rui de Pina Garcia de Resende Cartas Sobre a História de Portugal (1842); Respostas ás Censuras de Vilhena Saldanha (1846); Da Existência e não Existência do Feudalismo em Portugal (1875-1877); Esclarecimentos: A. Sortes Góticas B. Feudo Opúsculos VI: Controvérsias e Estudos Históricos, Uma Vila-Nova Antiga (1843); Cogitações Soltas de um Homem Obscuro 91846); Arqueologia Portuguesa (1841-1843); Viagem de Cardeal Alexandrino; Aspecto de Lisboa; Viagem dos Cavaleiros Tron e Lippomani Pouca luz em muitas trevas (1844); Apontamentos para a história dos bens da coroa (1843-44); Opúsculos VII: Questões Públicas, Duas Épocas e Dois Monumentos ou a Granja Real de Mafra (1843); Breves Reflexões Sobre Alguns Pontos de Economia Agrícola (1849); A Granja do Calhariz (1851); Projeto de Decreto (1851); O País e a Nação (1851) O País Representação da Câmera Municipal de Belém ao Governo (1854); Representação da Câmera Municipal de Belém ao Parlamento (1854); Projeto de Caixa de Socorros Agrícolas (1855) Sobre Questão do Forais (1858); Opúsculos VIII Da Pena de Morte (1838); A Imprensa (1838); Da Escola Politécnica ao Colégio dos Nobres (1841); Instrução Pública (1841); Uma Sentença sobre Bens Reguengos (1842); A Escola Politécnica do Monumento (1843); Um Livro de V. F. Netto de Paiva (1843); Opúsculos IX: Literatura Qual é o Estado da Nossa Literatura? Qual é o Trilho que Ela Hoje tem a Seguir? (1834); Poesia: Imitação--Belo--Unidade (1835); Origens do Teatro Moderno: Teatro Português até o Fim do Século XVI (1837); Novelas de Cavalarias Portuguesas (1838-40); Histórias do Teatro Moderno: Teatro Espanhol (1839); Crenças Populares Portuguesas ou Superstições Populares (1340); A Casa de Gonçalo, Comédia em Cinco Atos: Parecer (1840); Elogio Histórico de Sebastião Xavier Botelho (1842); D. Maria Teles, Drama em Cinco Atos: Parecer (1842); D. Leonor de Almeida, Marquesa de Alorna (1844); Opúsculos X, Questões Públicas, Tomo VIA Reação Ultramontana em Portugal ou A Concordata DE 21 DE Fevereiro (1857); Análise da Sentença dada da Primeira Instância da Vila De Santarém acerca da Herança de Maria da Conceição (1860).
Referências bibliográficas:
CASTRO, Francisco, História da língua Portuguesa, Lisboa-Sintra, Publicações, Alfa 2003, volume 4.
http://www.infoescola.com/escritores/almeida-garret/
http://www.estudopratico.com.br/biografia-e-obras-de-alexandre-herculano/
Pesquisado em 10/04/2017.
Por: Diedna J. Gomes - D076JI-2
Neste período representavam-se indivíduos educados segundo moldes clássicos e absolutistas. Estes, por sua vez com tal força, que os primeiros românticos aderem o novo credo. É o caso de Garrett e Herculano, contribuíram cada qual com seu modo, formados na tradição neoclássica, suas produções voltadas para o subjetivismo, medievalismo, nacionalismo e idealização da mulher. Ideias baseadas na pureza que influenciaram para a consolidação do liberalismo no País. Românticos em espirito ideal, de ação politica e literária, mas ainda clássicos em muitos aspectos, e em obrar que alegaram.
Com Garrett e Herculano temos o primeiro momento do Romantismo instalado a parti de 1825.
Se Garrett é conhecido com pioneiro na constituição do Romantismo em Portugal, e que recebe ainda na juventude uma formação marcada pelas luzes, e no domínio estético literário, pelo neoclassicismo repassado pelas vozes pré românticas. Herculano cerca de dez anos mais novo, nasce para cultura e escrita já dentro do Romantismo, é , sem dúvida, quem representa de modo mais pleno o projeto da nossa primeira geração Romântica. Em seu universo podemos aprender a coerência, sendo ele um ideológico, politico, historiador e critico poeta tão desnegando com a vida positiva, mas também tão empenhado num combate para um mundo melhor.
Baseado nesses grandes autores, temos o desenvolvimento da primeira geração Romântica.
Agora, conheceremos melhor vida e obra de cada um.
Considerado o pai do Romantismo pelo sentimentalismo e ideais liberais, João Batista da Silva de Leitão Almeida, apelidado pela avó Irlandesa de Garrett, nasceu em 4 de fevereiro de 1977 em Porto, cidade de Portugal, filho de família burguesa, aos dez anos parte com a família para a cidade de Açores, onde teve o primeiro contato com a vida literária. Em 1816 foi estudar Direito na Universidade de Coimbra, onde inicia contato com as ideias liberais.
É nomeado secretário do Estado de negócios do reino, torna-se membro importante da sociedade literária Patriarca. Por volta de 1821 lhe é movido um processo com o poema "Retrato de Venûs", julgado atentado da fé cristã, ateu e imoral, sair vitorioso do julgamento com defesa própria.
Com tipo perfeito de Dândi, considerado príncipe de salões mundanos, em 1822 casa-se com Luisa Candida Midos, jovem de 14 anos, casamento infeliz, separados em 1836, supostamente por adultério dela. Passou a viver com Adelaide Deville Pastos, de 17 anos, até a morte deste em 1841, que lhe deixou sua filha Maria Adelaide.
Participou da revolução liberal em 1820, após isso, exilou-se na Inglaterra, onde tomou contato com o movimento romântico, descobrindo Shakespeare, walter Scott. Em 1824 pode partir para França, nessa viagem escreveu sua obra "Camões", considerado marco introdutório do Romantismo em Portugal, publicado em 1825, marcado com trações de tradução clássica, formalismo e vocabulário culto, é baseado na vida real do poeta Camões, suas aventuras e sofrimentos. No prefácio dessa obra Garrett afirma; "Declaro desde já, não olhei as regras, nem os princípios, não consultei Horácio nem Aristóteles, mas fui insensivelmente de pós coração, não sou clássico nem romântico, me deixo ir por onde me levam minhas ideias boas ou más".Dona Branca, publicada em 1826, não tão conhecida como a anterior, mas não menos importante. Em 1826 regressava a sua pátria, dedica-se ao jornalismo, fundando o jornal diário "O Portuguez", e o seminário Cronista 1827. Neste mesmo ano foi preso por 3 meses, por forças de direita, acusado de defender ideias liberais perante regime absolutista.
Liberado, volta para o exílio na Inglaterra. Em 1834 foi nomeado escritor, Garrett se mostra um grande e instruído defensor. Em 1837, proclama na câmera constituinte, em discurso lançado, defende a igualdade "Que nivelada a posição de todos os membros da sociedade, desaparecessem as classes, e os homens ficassem todos, um diante do homem, assim como são diante de Deus!" (História da língua Portuguesa p.86) No mesmo vem os jornais dos teatros e é chamado para colaborar com a arte dramática, escreve crônicas, contribui com suas criações o auto de "Gil Vicente" 1833, a folhagem de Santarém 1841, Frei Luiz de Souza 1843. É o primeiro inspetor geral dos teatros, ajudou com conselhos a formar atores e autores.
Por decreto do Rei D. Pedro V de Portugal, em 25 de Junho de 1851 Garrett é feito Visconde. Falece em 9 de Dezembro de 1854, vítima de cancro de origem Hepática.
Amante de prazeres mundanos, valente apaixonado, orgulha-se de ser um homem vivido, verdadeiro homem do mundo, que tem vivido nas cortes, com os príncipes no campo, com os homens de guerra, no gabinete com os diplomatas e nos salões com as mulheres. Foi um inconcebível escritor e dramaturgo romântico, foi um homem do seu tempo, ativo, ávido pelo progresso e pela renovação social e cultural de seu país.
Suas primeiras edições ou representações: (1819) Lucrécia; (1820) Mérope (não chegou a ser representada); (1821) O Retrato de Vénus; Catão (representado em 29 de setembro, no Teatro do Bairro Alto, a S. Roque); (1822) O Toucador; (1825) Camões; (1826) Dona Branca; (1828) Adozinda; (1830) Portugal na Balança da Europa; (1833) Um Auto de Gil Vicente; (1841) O Alfageme de Santarém; (1843) Romanceiro e Cancioneiro Geral; (1845) O Arco de Sant'Ana; Flores sem fruto; (1846) Viagens na minha terra; D. Filipa de Vilhena; (1848) As profecias do Banderra; (1849) A sobrinha do Marquês; (1850) Romanceiro e Cancioneiro Geral; (1853) Folhas Caídas; (1871) Discursos Parlamentares; (1827) O cronista; (1830) Memórias de uma África sofrida.
Considerado como segunda vaga do nosso Romantismo, a Herculano devemos os muitos ângulos que pensamos, a História é cultura de Portugal.
Poeta historiador, jornalista e romancista português, Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo nasceu em Lisboa no ano de 1810. De família modesta, impedido de fazer curso universitário devido a cegueira do Pai, mas frequentou em Lisboa dois cursos de médio caráter político, entre eles o curso de Diplomática. Aprendeu Francês, Inglês, Alemão e Italiano, e, por volta de seus 18 anos manifestou sua vocação literária.
Em 1831 teria revelado alguma simpatia pelo miguelismo, envolveu-se numa conspiração contra D. Miguel e foi obrigado a exilar-se, primeiro na Inglaterra, depois na França. Em 1836 inicia sua carreira de prestígio intelectual com a publicação de "A Voz do Profeta", que vai desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III. Nesse mesmo ano, na revista Universal Lisbonense, levanta polêmica com a obra "Histórias de Portugal", com a batalha de Ourique, acaba provocando enérgica reação do clero, por não considerarem como verdade. Logo por ele revisada em Opúsculo "Eu e o Clero"(1850). Nos anos seguintes inicia publicação de suas obras de ficção. O bobo, O monge de Cister. Fase mais intensa de sua atividade literária. Junto com Garrett foi o intelectual atual dos programas de reformas da vida portuguesa.
Em 1839 foi nomeado a convite do Rei D. Fernando a dirigir a real biblioteca da ajuda. Em 1840 foi eleito pelo círculo do Porto como deputado do partido conservador, mas seu temperamento não se adaptou as atividades políticas, o levando a desistir do cargo. Em 1842 retornou ao papel de redator principal e publicou "Eurico o presbítero", obra de maior do romance histórico em Portugal no século XIX. Encontra-se também colaboração de sua autoria, no jornal da sociedade dos amigos das letras.
Participou do primeiro código civil português em 1860, tendo defendido o casamento civil no lugar do religioso, que lhe causou novas polêmicas com o Clero. Em 1866, casou-se com Maria Hermínia Meira e se retirou para sua quinta do vale-de-lobos, próximo a Santarém, onde se dedicou a vida literária. Sem descendências, veio a falecer em 13 de setembro de 1877, vítima de pneumonia.
Herculano pensava que uma revolução política e social deveria refletir na literatura. Em sua ficção prevalecem um caráter histórico de enredos voltados para a idade média, focando as origens de Portugal, como a nação e temas religiosos. Nas obras não ficcionais renovou a historiografia introduzindo o conflito das classes para explicar a dinâmica da história. Em sua essência Herculano era um demasiado historiador, nos entregou a uma visão poética do mundo dos homens.
Segue abaixo suas obras:
A Harpa do Crente (1838)-(1850); O Pároco de Aldeia (1825)-(1851); O Bobo (1828); Eurico, o Presbítero 91842); Época Visigótica (1844); O Monge de Cister (1848); Lendas e Narrativas (1851); O Alcaide de Santarém (950-961); Arras por Foro Espanha (1371); O Castelo de Faria (1373); A Abóbada (1401); Destruição de Áuria: Lendas Espanholas (século VIII); A Dama Pé de Cabra: Romance de um Jogral (século XI) O Bispo Negro (1130); A Morte do Libador (1170); O Emprazado: Crônica de Espanha (1312); O Mestre Assassinado: Crônicas dos Templários (1320); Três meses em Calecut: Primeira Crônica dos Estados da Índia (1498); História de Portugal: 1° época, desde a origem da monarquia até D. Afonso III-(1846)-(1853) História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal (1854)-(1859); Opúsculos I: Questões Públicas, A Voz do Profeta (1836); Teatro, Moral, Censura (1841); Os Egressos (1842); Da Instituição das Caixas Econômicas (1844); As Freiras de Lorvão (1853); Do Estado dos Arquivos Eclesiáticos do Reino (1857); A Supressão das Conferências do Casino (1871); Opúsculos II: Questões Públicas, II Monumentos Pátrios (1838); Da Propriedade Literária (1851); Carta á Academia das Ciência (1856); Mousinho da Silveira (1856); Carta aos Eleitores do Círculo de Cintra (1858); Manifesto da Associação Popular Promotora da Educação do Sexo Feminino (1858); Opúsculos III: Controvérsias e Estudos Históricos, A Batalha de Ourique:I. Eu e o Clero (1850); Considerações Pacíficas (1850); III. Solemnia Verba (1850); IV. Solemnia Verba (1850); V. A Ciência Arábico-Académica (1851); Do estado das classes servas na Península, desde o VIII até o XII século (1858); Opúsculos IV: Questões Públicas, Os Vínculos (1856); A Emigração (1870-1875); Opúsculos V: Controvérsias e Estudos Históricos, Historiadores portugueses (1839-1840); : Fernão Lopes Gomes Eanes de Azurama Vasco Fernandes de Lucema- Rui de Pina Garcia de Resende Cartas Sobre a História de Portugal (1842); Respostas ás Censuras de Vilhena Saldanha (1846); Da Existência e não Existência do Feudalismo em Portugal (1875-1877); Esclarecimentos: A. Sortes Góticas B. Feudo Opúsculos VI: Controvérsias e Estudos Históricos, Uma Vila-Nova Antiga (1843); Cogitações Soltas de um Homem Obscuro 91846); Arqueologia Portuguesa (1841-1843); Viagem de Cardeal Alexandrino; Aspecto de Lisboa; Viagem dos Cavaleiros Tron e Lippomani Pouca luz em muitas trevas (1844); Apontamentos para a história dos bens da coroa (1843-44); Opúsculos VII: Questões Públicas, Duas Épocas e Dois Monumentos ou a Granja Real de Mafra (1843); Breves Reflexões Sobre Alguns Pontos de Economia Agrícola (1849); A Granja do Calhariz (1851); Projeto de Decreto (1851); O País e a Nação (1851) O País Representação da Câmera Municipal de Belém ao Governo (1854); Representação da Câmera Municipal de Belém ao Parlamento (1854); Projeto de Caixa de Socorros Agrícolas (1855) Sobre Questão do Forais (1858); Opúsculos VIII Da Pena de Morte (1838); A Imprensa (1838); Da Escola Politécnica ao Colégio dos Nobres (1841); Instrução Pública (1841); Uma Sentença sobre Bens Reguengos (1842); A Escola Politécnica do Monumento (1843); Um Livro de V. F. Netto de Paiva (1843); Opúsculos IX: Literatura Qual é o Estado da Nossa Literatura? Qual é o Trilho que Ela Hoje tem a Seguir? (1834); Poesia: Imitação--Belo--Unidade (1835); Origens do Teatro Moderno: Teatro Português até o Fim do Século XVI (1837); Novelas de Cavalarias Portuguesas (1838-40); Histórias do Teatro Moderno: Teatro Espanhol (1839); Crenças Populares Portuguesas ou Superstições Populares (1340); A Casa de Gonçalo, Comédia em Cinco Atos: Parecer (1840); Elogio Histórico de Sebastião Xavier Botelho (1842); D. Maria Teles, Drama em Cinco Atos: Parecer (1842); D. Leonor de Almeida, Marquesa de Alorna (1844); Opúsculos X, Questões Públicas, Tomo VIA Reação Ultramontana em Portugal ou A Concordata DE 21 DE Fevereiro (1857); Análise da Sentença dada da Primeira Instância da Vila De Santarém acerca da Herança de Maria da Conceição (1860).
Referências bibliográficas:
CASTRO, Francisco, História da língua Portuguesa, Lisboa-Sintra, Publicações, Alfa 2003, volume 4.
http://www.infoescola.com/escritores/almeida-garret/
http://www.estudopratico.com.br/biografia-e-obras-de-alexandre-herculano/
Pesquisado em 10/04/2017.
Por: Diedna J. Gomes - D076JI-2
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